terça-feira, 21 de julho de 2015

Tickets for one, please.

Então... um cara acabou de me chamar pra sair. Um cara legal, que parece gostar de mim.
Eu disse não.

Eu podia fingir que é porque eu tinha medo de ele se revelar um serial killer/estuprador/assassino, mas a verdade é que eu fiquei com muito medo de eu não gostar dele e não saber como me livrar dele.

Acontece que eu me acostumei a ficar sozinha. Sabe quando as pessoas falam de zona de conforto? Pra algumas pessoas, a zona de conforto é estar com alguém (sabe aquela sua amiga que não ficou solteira por mais de uma semana desde os 11 anos?)... pra mim é estar sozinha.

Eu me acostumei a fazer tudo que eu quero quando eu quero.
Eu me acostumei a ver o filme que eu quero, sem ninguém comentando que tal ator que eu amo atua super mal, ou que preferia ver um filme sangrento e menos "menininha".
Eu me acostumei a poder sair sem dar explicação pra  ninguém.
Eu me acostumei a abraçar qualquer amigo meu sem me preocupar com ciúmes, mesmo se esse amigo já foi um ex, ou alguém que eu peguei ou alguém que eu quis pegar.
Eu me acostumei a usar meu tempo pra estudar, sem me sentir culpada de deixar ninguém sozinho na sexta a noite.
E eu não sei se eu consigo mais largar minha liberdade.

Acho que é por isso que eu prefiro ficar com caras desconhecidos na balada: porque eles não me ligam no dia seguinte. Porque eu não devo explicação pra eles. Porque mesmo não tendo alguém pra dividir pipoca enquanto eu vejo um filme, eu também não tenho ninguém reclamando do comprimento da minha roupa, nem se eu quero ir numa cervejada da faculdade.

Não estou dizendo que eu não sinto vontade de ter alguém um dia, eu tenho. Mas eu tenho mais medo de perder quem eu sou. De virar uma dessas pessoas que largam os amigos ou os estudos por causa de um cara, ou simplesmente de mudar por alguém que um dia pode me fazer de trouxa. Ou não, também tenho medo de mudar por um cara que me faça feliz. A ideia não era te amarem como você é?

Mais do que isso, eu quero ver o filme água com açúcar ou infantil que eu quiser. Eu quero ir pra uma balada sem jurar 15 vezes que vou me comportar. Eu quero abraçar qualquer amigo, não importa o que a gente teve, ou não teve. Eu quero poder estudar numa semana de prova sem me sentir um monstro por não estar presente.
Eu quero continuar a ser livre....
E também queria não ter medo de encontrar um cara legal que parece gostar de mim.

domingo, 5 de julho de 2015

Em busca da felicidade

O que é ser feliz? Sério, alguém me conta, não acho que eu já fui feliz.
Sair muito com os amigos te deixa feliz? Ter um namorado te deixa feliz? Ficar em casa com a família te faz feliz?

Porque eu lembro que eu saía bastante, mas não me lembro de já ter pensado "agora eu sou feliz". Eu ando passando muito tempo com a minha família e eu sei que eu não estou feliz. Bom, não tive muitos namorados, mas vendo minhas amigas, não me parece que namorar é o segredo da felicidade.

Eu ainda acredito numa teoria que eu criei há bastante tempo: essa história de "ser" feliz não existe: Felicidade é um sentimento como qualquer outro, uma hora você está feliz, outra hora não. Mesmo assim... Eu quero "ser" feliz. Sem saber se é possível, sem saber como.

Sempre que eu me lembro do passado, parece que eu fui mais feliz naquele tempo do que eu sou agora. Quando eu era criança e brincava o tempo todo, quando eu era adolescente e estava em festas e com os meus amigos o tempo todo. No cursinho, quando eu ficava com um número considerável de meninos e ainda sonhava como ia ser meu futuro...

Mas se eu analisar bem, eu lembro que quando eu era criança, várias crianças me chamavam de feia na escola, o que me fazia chorar todo dia pra ir pra lá, e me isolar de todo mundo.
Quando eu era adolescente, beber e dançar o tempo todo não fazia eu me sentir melhor. A ressaca no dia seguinte até me fazia sentir um pouco no fundo do poço, sei lá.
No cursinho eu passava muito tempo sentindo que eu não era inteligente, e ficar com vários meninos não te dá auto estima, nem conforto, nem.... bom, quase nada.

Como eu disse lá em cima, ver minhas amigas que namoram me faz perceber que isso também não te faz tão feliz assim: te dá alguém a mais pra te apoiar nos momentos difíceis, e só. Em alguns casos, até te afasta da família e dos amigos, o que eu nunca achei muito saudável (percebam que a ideia de namorar me assusta um pouco).
Casar e ter filhos é ser feliz? Francamente, todo  mundo sabe que não. Eu olho pra minha mãe e sei que não. Não sair, não ter nenhum amigo, ficar na frente da TV o tempo todo, colocar a felicidade dos seus filhos acima da sua... No que ajudou estar casada?

Mas eu não desisti... Eu quero tanto ser feliz.. Se você estiver lendo e pensando "nossa, eu sou muito feliz, do que ela ta falando?", por favor, me conta. Me conta o que você fez. Me conta seu dia a dia, o que você faz logo depois de acordar, me dá a receita, porque eu quero muito...Continuar vivendo momentos de tédio, tristeza, raiva, só por alguns segundos de felicidade, já deu. Eu quero SER feliz. O tempo todo.