Sabe o príncipe encantado? Então, era ele.
Bonito, inteligente, engraçado, fofo, tatuado. (o príncipe encantado não é tatuado? deveria ser.) O problema é que príncipes não têm defeitos, e ser solteiro é um defeito. É, ela gostava de um cara que namorava.
Ele era impossível, então o máximo que ela podia ter era a amizade dele. Ela até podia dar em cima dele, ela nem conhecia a tal namorada. Mas mesmo que ele fosse solteiro, mesmo que ele estivesse dando em cima dela na cara dura, ela não conseguia... Tinha uma timidez estúpida no meio do caminho.
O fato era que ele era aquele amigo que não conseguia tirar a mão de cima dela. Ela até pensou se isso não era... sei la, alguma coisa. Mas tirou aquilo da cabeça: Ela não conhecia a namorada, mas o facebook mostrava uma garota linda, inteligente, engraçada, fofa e tatuada. Uma perfeita princesa.
Ela não era nada.
Porque ela ainda se deixava participar das brincadeiras dele? Ela já tinha tentado ficar longe, fingir que ele não existia, até que ela esquecesse. Mas a parte de esquecer nunca chegava, e fingir que ele não existia doía. Então ela era voluntária naquela tortura diária, aquele felicidade horrível e falsa.
No meio daquela festa, chegou uma hora que ela cansou de se enganar e foi se esconder. Não dele, mas de todo mundo. Queria poder gritar pra dentro, dar uns tapas no próprio rosto, o que fosse, até ele sair de dentro da cabeça dela. Se escondeu num canto, e ficou lutando com si mesma.
O problema é que o destino gosta de fazer a pessoa de quem você se esconde te achar. Sempre. Ele chegou no canto que antes era dela, e perguntou se ela estava bem. Ela disse que sim, mas seu rosto não mentia. Ele perguntou o que tinha acontecido, ela disse nada. Ele ficou em silêncio por alguns instantes, e perguntou se ele ia mesmo ter que fazer ela rir, e fez a especialidade dele: bagunçou o cabelo dela, as roupas dela, a vida dela. Ela se debatia, mas ele era grande demais.
Isso durou alguns minutos antes de ela conseguir segurar as mãos dele e gritar um "chega". Ele, tão ofegante quanto ela, olhou pro estrago que tinha feito e sorriu satisfeito. Ela também estava sorrindo, apesar do grito anterior. Então, ele parou de sorrir, e fez a coisa mais inesperada do mundo: beijou ela.
Ela levou alguns segundos pra perder a surpresa, mas respondeu na mesma. Tinha gosto de espera. Tinha gosto de culpa. Tinha gosto de vontade. E eles não queriam parar, porque parar ia significar problema, ia significar ter que conversar, explicar, brigar, e tudo aquilo que esses sentimentos traziam (e ainda tem gente que acha que sentir é uma coisa boa...). Mas uma hora eles tinham que parar.
Se olharam, sem saber exatamente como aquilo tinha acontecido.
Ela olhou e soube que ele estava perdido. Que ele podia querer aquilo, mas não queria querer. Que ele achava tudo aquilo errado demais. E resolveu facilitar pra ele: Ela colocou a mão no rosto dele, e depois saiu correndo, deixando o príncipe encantado pra trás.
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terça-feira, 11 de março de 2014
sexta-feira, 14 de junho de 2013
Five more minutes.
- Porque você tá aí isolada?
- Sei la... Só tava ouvindo música.
- Anti social.
- Cala a boca.... Vocês estão bem?
- ...não. A gente brigou de novo ontem.
- Porque?
- Pelo mesmo motivo...
- Você sabe que vai ter que deixar esse ciume de lado se quiser continuar com ela, não sabe?
- ...Sei.
- Que bom que você sabe.
- ....... e aquele cara, deu em alguma coisa?
- Não.
- Você só tem que chegar nele.
- Eu não tenho coragem.
- Porque?
- Não importa, eu nem gosto dele. É só um cara.
- Então tudo bem....
- ............................ Você sabe que eu te amo, né?
- ....................................................................sei.
- Você vai ligar pra ela?
- Vou.
- Bom pra você.
- Sei la... Só tava ouvindo música.
- Anti social.
- Cala a boca.... Vocês estão bem?
- ...não. A gente brigou de novo ontem.
- Porque?
- Pelo mesmo motivo...
- Você sabe que vai ter que deixar esse ciume de lado se quiser continuar com ela, não sabe?
- ...Sei.
- Que bom que você sabe.
- ....... e aquele cara, deu em alguma coisa?
- Não.
- Você só tem que chegar nele.
- Eu não tenho coragem.
- Porque?
- Não importa, eu nem gosto dele. É só um cara.
- Então tudo bem....
- ............................ Você sabe que eu te amo, né?
- ....................................................................sei.
- Você vai ligar pra ela?
- Vou.
- Bom pra você.
domingo, 7 de abril de 2013
I wanna be the mistake that you can't live without.
Sabe o que é? Olhar pra você é um paradoxo.
Eu sei o que eu quero, e eu sei o que eu não quero, não é confusão minha.
É você que me confunde.
O problema é que quando eu te vi, eu me tranquei num banheiro e chorei, implorando pra Deus pra que eu não me apaixonasse de novo. E principalmente, não por você.
Porque eu nem vou poder sentir raiva quando tudo for por ralo abaixo: Você não tem nenhum mistério, você deixa claro pro mundo quem você é. Eu é que sou a falsa aqui, e eu é que vou me ferrar. De novo.
Te olhar me dá vontade de beber até passar mal, pra ver se eu vomito os meus sentimentos junto com a tequila. Te olhar me dá vontade de ficar sóbria, só pra não cometer nenhum erro.
Isso não é uma declaração. Isso é um pedido: Por favor, pára de me tratar como eu mereço ser tratada. Correção: Pára de me tratar como toda mulher merece ser tratada. Porque eu sei que isso vai me atrair como uma mariposa perto do fogo. E eu vou morrer que nem ela.
Eu sei que não significa nada, só é você. Mas eu posso bagunçar até o que eu sei que não existe, eu só preciso da minha imaginação pra me sabotar. Mas eu não controlo isso.
Porque você e seu sorriso não ficam longe de mim de agora em diante?
Vai ser melhor pra todo mundo.
Eu sei o que eu quero, e eu sei o que eu não quero, não é confusão minha.
É você que me confunde.
O problema é que quando eu te vi, eu me tranquei num banheiro e chorei, implorando pra Deus pra que eu não me apaixonasse de novo. E principalmente, não por você.
Porque eu nem vou poder sentir raiva quando tudo for por ralo abaixo: Você não tem nenhum mistério, você deixa claro pro mundo quem você é. Eu é que sou a falsa aqui, e eu é que vou me ferrar. De novo.
Te olhar me dá vontade de beber até passar mal, pra ver se eu vomito os meus sentimentos junto com a tequila. Te olhar me dá vontade de ficar sóbria, só pra não cometer nenhum erro.
Isso não é uma declaração. Isso é um pedido: Por favor, pára de me tratar como eu mereço ser tratada. Correção: Pára de me tratar como toda mulher merece ser tratada. Porque eu sei que isso vai me atrair como uma mariposa perto do fogo. E eu vou morrer que nem ela.
Eu sei que não significa nada, só é você. Mas eu posso bagunçar até o que eu sei que não existe, eu só preciso da minha imaginação pra me sabotar. Mas eu não controlo isso.
Porque você e seu sorriso não ficam longe de mim de agora em diante?
Vai ser melhor pra todo mundo.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Skin Graph
E a nossa história ficou sem um fim, como uma série cancelada.
(no fim, eu sempre volto pras séries)
Quando eu pensei que tinha chegado no clímax, você colocou reticências.
O problema das reticências é que elas são promessas que podem nunca se cumprir. E nenhum de nós dois vai esperar pra saber o final desse episódio. Se você olhar bem, as reticências são, na verdade, três pontos finais: Acabou, acabou, acabou mesmo.
Não dá pra evitar aquele pensamento clássico de "e se". Como seria diferente? Por alguns segundos, eu achei que a gente era feito um pro outro. Não pra sempre, eu não sou tão romântica assim. Não, a gente era perfeito um pro outro naquele momento: a gente não queria compromisso, nem alguém que nos cobrasse no fim do dia. Parecia certo, os dois cheios de dúvidas, mas cansados de se sentir vazios. Tinha tudo pra dar certo, tinha tudo pra dar errado. Quem podia dizer?
As vezes eu ainda quero continuar nossa última conversa do ponto onde ela parou. Mas será que ainda faz sentido? Eu não sei o que você passou nesses últimos meses, você não sabe o que eu virei... Seria como se conhecer do zero.
Mas eu sou covarde; prefiro reticências felizes do que um triste ponto final. Assim, sem arriscar puxar conversa com você do nada, eu continuo segura, sã, e vazia. Como sempre.
(no fim, eu sempre volto pras séries)
Quando eu pensei que tinha chegado no clímax, você colocou reticências.
O problema das reticências é que elas são promessas que podem nunca se cumprir. E nenhum de nós dois vai esperar pra saber o final desse episódio. Se você olhar bem, as reticências são, na verdade, três pontos finais: Acabou, acabou, acabou mesmo.
Não dá pra evitar aquele pensamento clássico de "e se". Como seria diferente? Por alguns segundos, eu achei que a gente era feito um pro outro. Não pra sempre, eu não sou tão romântica assim. Não, a gente era perfeito um pro outro naquele momento: a gente não queria compromisso, nem alguém que nos cobrasse no fim do dia. Parecia certo, os dois cheios de dúvidas, mas cansados de se sentir vazios. Tinha tudo pra dar certo, tinha tudo pra dar errado. Quem podia dizer?
As vezes eu ainda quero continuar nossa última conversa do ponto onde ela parou. Mas será que ainda faz sentido? Eu não sei o que você passou nesses últimos meses, você não sabe o que eu virei... Seria como se conhecer do zero.
Mas eu sou covarde; prefiro reticências felizes do que um triste ponto final. Assim, sem arriscar puxar conversa com você do nada, eu continuo segura, sã, e vazia. Como sempre.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Secret.
O segredo é saber quando ouvir o seu coração, e quando ser racional.
No caso dela, o coração dizia pra seguir em frente, e a principio, sua cabeça também O problema é que opiniões mudam a sua cabeça.
Ele era perfeito. Do tipo que a gente sonha na adolescência... bonito, inteligente, engraçado, e sempre tornava a vida dela divertida. Mas ele tinha muita bagagem.
Certo, todo mundo tem bagagem, mas era difícil ignorar o fato de que o cara perfeito tinha pegado metade das mulheres da cidade, enquanto a outra metade tentava agarra-lo pelas pernas. Não parecia muita estupidez pensar que ele iria mudar... por ela?
Sim, porque esse é um erro de principiante, é algo que os filmes de comédia romântica botam na sua cabeça. Na vida real homens não mudam.
Não que ela pensasse assim no começo.... ela agiu como qualquer garota das malditas comédias românticas, e mostrou que era diferente das outras que ele ficava. E funcionou. Ele realmente correu atrás e a tratou melhor do que qualquer ex. Ela nunca tinha sido tão feliz antes.
Mas suas amigas falavam que ela tinha que abrir os olhos. E parecia que ele tinha um clube de ex-namoradas prontas a atacar em qualquer lugar que ela frequentasse, sempre sorrindo com os lábios, e atirando granadas com os olhos. Ainda assim, ele nunca tinha dado motivo algum pra que ela duvidasse dele. Nunca com ela.
O problema.. o problema é que ela não se via como uma garota que pudesse mudar um homem. A cada vez que ele sorria pra ela e a beijava, ela pensava "o que esse cara tá fazendo comigo?", parecia impossível O que ela tinha de especial?
Talvez ele só fingisse muito bem. Talvez ele fosse o pior erro que ela fosse cometer na vida.
Se ela não fosse tão romântica, isso não seria problema algum. Ela levantaria o queixo, e encararia tudo aquilo como a pessoa mais desencanada do mundo. Mas não, a cada ex louca, a cada comentário, a cada momento de perfeição dele, ela tremia na base. Perdia o controle sobre tudo.
No fim, o problema era todo dela.
Ele provavelmente nem sabia de metade do que se passava pela cabeça dela, ou pelo menos não se importava. Ele trancava todos os seus pensamentos atrás daquele sorriso.
E ela não sabia se se protegia, ou se libertava.
No caso dela, o coração dizia pra seguir em frente, e a principio, sua cabeça também O problema é que opiniões mudam a sua cabeça.
Ele era perfeito. Do tipo que a gente sonha na adolescência... bonito, inteligente, engraçado, e sempre tornava a vida dela divertida. Mas ele tinha muita bagagem.
Certo, todo mundo tem bagagem, mas era difícil ignorar o fato de que o cara perfeito tinha pegado metade das mulheres da cidade, enquanto a outra metade tentava agarra-lo pelas pernas. Não parecia muita estupidez pensar que ele iria mudar... por ela?
Sim, porque esse é um erro de principiante, é algo que os filmes de comédia romântica botam na sua cabeça. Na vida real homens não mudam.
Não que ela pensasse assim no começo.... ela agiu como qualquer garota das malditas comédias românticas, e mostrou que era diferente das outras que ele ficava. E funcionou. Ele realmente correu atrás e a tratou melhor do que qualquer ex. Ela nunca tinha sido tão feliz antes.
Mas suas amigas falavam que ela tinha que abrir os olhos. E parecia que ele tinha um clube de ex-namoradas prontas a atacar em qualquer lugar que ela frequentasse, sempre sorrindo com os lábios, e atirando granadas com os olhos. Ainda assim, ele nunca tinha dado motivo algum pra que ela duvidasse dele. Nunca com ela.
O problema.. o problema é que ela não se via como uma garota que pudesse mudar um homem. A cada vez que ele sorria pra ela e a beijava, ela pensava "o que esse cara tá fazendo comigo?", parecia impossível O que ela tinha de especial?
Talvez ele só fingisse muito bem. Talvez ele fosse o pior erro que ela fosse cometer na vida.
Se ela não fosse tão romântica, isso não seria problema algum. Ela levantaria o queixo, e encararia tudo aquilo como a pessoa mais desencanada do mundo. Mas não, a cada ex louca, a cada comentário, a cada momento de perfeição dele, ela tremia na base. Perdia o controle sobre tudo.
No fim, o problema era todo dela.
Ele provavelmente nem sabia de metade do que se passava pela cabeça dela, ou pelo menos não se importava. Ele trancava todos os seus pensamentos atrás daquele sorriso.
E ela não sabia se se protegia, ou se libertava.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
José Cuervo e Limão
Faz quanto tempo que eu não bebo? Já perdi a conta.. Mas é que os últimos dias tinham sido foda mesmo, e eu precisava ter álcool no sistema para conseguir relaxar um pouco. Mas é só essa cervejinha, depois eu juro que paro.
Que droga, porque ele não pára de me encarar???
Já não basta ficar no meu pé todos os dias, sempre com uma piadinha pra fazer sobre mim, ainda tinha que ficar me encarando na única festa que eu vim em MESES? Aposto que na segunda ele vai vir me zoar, dizer que eu fiz coisas ridículas bêbada.. Mas eu não vou dar esse gosto pra ele. Só mais essa cervejinha e chega.
Ah não, não vem falar comigo, não vem falar comigo... Merda.
- Eu não sabia que você bebia.
- É só uma Heineken.
- Ah... eu achei que você não ia ser a certinha uma vez na vida...
- Não adianta me provocar, você não vai me deixar bêbada.
- Só tô dizendo que ia ser uma coisa nova pra variar.
Eu não vou cair nessa. Ele só quer me zoar na segunda. Sem chance, acho melhor até parar de tomar essa Heineken, do jeito que eu sou fraca pra bebida, eu posso ficar tonta só com uma... Mas ia ser um desperdício.
- E aí, como você foi na prova? - Ele perguntou.
- A gente pode não falar sobre a faculdade por um segundo?
- Porque? O que aconteceu?
- Isso não é parar de falar sobre a faculdade.
Ele ficou em silêncio por um tempo, muito concentrado em seu copo de vodka com energético.
Eu tenho que admitir, ele está mais bonito do que de costume hoje. Calça jeans e camiseta branca é a coisa mais normal do mundo, mas é incrível como meninos ficavam bonitos vestidos assim. Não que ele não fosse bonito normalmente, mas a implicância que ele tinha com ela compensava negativamente essa qualidade.
- Olha, ninguém mais está tenso que nem você com a prova, nem vale tantos pontos assim. O problema é que você nunca relaxa, sempre tem que tirar a melhor nota... - Disse com um sorriso, zoando comigo como sempre.
- Nada a ver, eu nem estudo tanto assim...
- "Tanto assim" é um jeito de definir quem estuda 4 horas por dia todos os dias. Alias, duvido que alguém estude todos os dias.
- Você tá contando as minhas horas de estudo???
- A gente mora na mesma república, eu não conto suas horas de estudo, só vejo você estudando quando eu saio e estudando quando eu volto.
- Nada a ver...
- Nada a ver.. - Com a voz irritante.
Nossa, quanta maturidade, meu irmão mais novo já parou de me imitar a uns 3 anos....
- Olha, eu só não quero que minha nota caia...
- A sua nota tá ótima, nem se você faltasse na prova sua nota ia ficar abaixo da média. Você só não consegue parar de ser perfeitinha o tempo todo!
- Dá pra parar? Não sou perfeitinha, você faz questão de mostrar todos os meus defeitos todos os dias.
- Não é? Então porque você não larga essa garrafa de cerveja quente e não faz uma coisa errada?
- Coisa errada?
Ele saiu por um segundo, me deixando com uma cara entre o susto e a curiosidade. Então ele voltou com uma garrafa de..
- José Cuervo!
- Ahhh não, tequila??
- Se você quer relaxar, tem que ser tequila. E ai?
........................................................................................
- Dá logo antes que eu mude de ideia.
Tá, essa foi a pior ideia do mundo, mas eu sempre quis experimentar tequila, e aquilo parecia tanto com um... desafio. Peguei o limão que ele tinha cortado (como ele fez isso tão rápido??) e passei no sal.
- O que você tá fazendo??
- Ué, passando o limão no sal pra tomar..
- Não é assim que faz!!!
- É só limão e sal, não tem segredo.
- Dá sua mão.
Ele jogou o sal na minha mão.
- Agora você lambe, toma a dose, e chupa o limão.
Olhei com desconfiança pro sal, pra dose e pra ele. Mas fiz o famoso ritual.
Sal puro é ruim. Ahhh.. tequila é amargo. Azedo, limão é azedo. E tá queimando pra descer. Nossa, parece que estão esfoliando o meu esôfago por dentro.... Mas a sensação foi boa. Estranho, mas juro que foi boa.
- Gostou? - Ele tava dando risada, minha cara quando a tequila desceu deve ter sido engraçada.
- É estranho... mas é bom. - Eu também estava dando risada. É José Cuervo, você é o melhor pra relaxar mesmo.
Ele também tomou uma dose, mas ele não fez careta. Eu queria saber beber assim.
A gente foi tomando umas doses e rapidamente eu senti a tontura tomar conta do meu corpo. A música é agitadinha.... ela é legal.
- Você tá até dançando!! Nunca imaginei ver você dançando!
- Não estou dançando..
Era verdade, eu só tava balançando no lugar, sabe quando uma musica meio que toma conta e você se mexe sem nem mesmo notar? Então..
- Eu ainda não estou assim, preciso de mais tequila.
Então ele encheu uma dose, pegou minha mão, e colocou sal. Minha mão?? Ele não ia tomar a dose? Não pera, ele tá lambendo o sal da minha mão. Faz cócegas. Faz cócegas na mão e no fundo do estômago. Não, isso é a vergonha. Ele ainda tá lambendo minha mão, já saiu o sal. Nem se eu tivesse enfiado minha mão no saleiro ainda ia ter sal pra ele lamber. Meu rosto ta ficando quente... Aquela menina tá olhando. Mas eu não ligo, ainda tô em choque. Então ele tomou a dose e o limão. E olhou pra minha cara esperando a reação.
Acho que eu tinha perdido a conta das tequilas porque minha resposta foi:
- Você quer brincar?
Eu coloquei sal no ângulo que o ombro dele fazia com o pescoço, e beijei o local. Sério, o que eu tô fazendo? Eu tô fazendo isso de livre e espontânea vontade! Mas ele tinha feito pra me provocar, tinha que ter volta, tudo tem volta... O perfume dele é bom... Eu demorei mais do que o necessário pra tirar o sal do pescoço dele, tomei a dose, e o encarei do mesmo jeito que ele havia feito comigo.
Ei, é impressão minha ou eu não sou a única que está vermelha aqui?? Não, deve ser a tequila subindo.
- Tá, isso tá ficando sério. - Ele disse sem encarar meus olhos.
- Nem vem, foi você que começou. Não aguenta, não provoca.
Ó DEUS, O QUE EU ESTAVA FALANDO???
- Vamos ver quem não aguenta.
Ele tomou um gole da tequila direto da garrafa dessa vez, e antes de engolir, me beijou.
Foi tudo muito rápido, só descobri durante o beijo que o braço dele apertava minha cintura contra seu corpo, enquanto a outra mão me encostava na mesa atrás de mim, tentando conseguir apoio. O gosto cítrico do limão ainda estava nos lábios dele, enquanto a queimação da tequila se confundia com o calor que se espalhava pelo meu corpo, e eu não sabia se era a bebedeira ou o beijo. Provavelmente eram os dois.
Desisti de lutar contra a vontade, e coloquei meus braços em volta do pescoço dele, brincando com os fios de cabelo em sua nuca, e me apertando mais contra ele. De onde isso tinha vindo??? Quando a implicância entre eles tinha virado... isso?!?! Essa sensação de que, não borboletas, mas passarinhos ferozes, atacavam as paredes do meu estômago?
Depois de alguns minutos, o beijo parou, e ficamos os dois, com as testas encostadas, olhando nos olhos um do outro, tentando entender o momento e recuperar o fôlego.
- .....Me lembre de comprar uma garrafa de tequila pra nossa república.
- .....E chantilly.
- Chantilly???
- Tem outra coisa que eu quero tentar depois.
sábado, 5 de maio de 2012
It's been awhile
Ele não era o cara certo. Mas era o cara certo pra ela.
Quantas vezes ela não tinha ouvido que ele era problema, que tinha tudo pra dar errado? Mas o que eles tinham era inevitável, foi perceptível desde o primeiro momento: Ele chegou, do jeito confiante dele, e ela sentiu o cheiro de cara que não presta de longe. Foi o que chamou a atenção dele logo de cara, ela não ligava pro corte de cabelo dele, ou pro carro dele, como todas as meninas. Mas aquele olhar dele... Mesmo assim ela não se entregou. E ele encarou como um desafio.
Eles sabiam desde o começo que eles não tinham escapatória, uma hora ia acontecer. E se existe essa certeza, entao porque ter pressa?
Curtiram bem cada fase. Se conheceram, fingiram que estavam interessados em ser amigos, mas nas entrelinhas estava o "um dia". Tiveram dúvidas sim, mas no dia seguinte eles provavam que eles é que sabiam do que ia acontecer. Ele se tornava alguem melhor perto dela, ela era desafiada por ele. Mas quem é que ia dar o braço a torcer? Não, eu não.
Um dia ele teve seu momento dificil, e ela estava lá. Tinha deixado de ser uma garota bonitinha com quem ele tinha um "clima" e virou alguem importante pra ele. Em vez da atitude "você sabe que me quer" de antes, ele agora era gentil com ela, e ela notou. Quando ela viu o sorriso dele pela primeira vez.. Não o sorriso sacana, sorriso de verdade, de quando ela falou algo que nem teve tanta graça assim, mas ele sorriu... Aí ela não quis mais esperar. Só quis estar com ele.
As brincadeiras de antes tinham agora um tom de promessa, cada olhar trocado. Quando ele chegou bêbado na casa dela, as 2 da manhã, não teve tempo pra respirar, só teve aquele beijo, e a sensação de "finalmente!". E daí o que os outros diriam? Eles precisavam um do outro.
E agora, olhando nos olhos um do outro, eles só sabem o quanto valeu a pena. Eles eram completamente diferentes, brigavam a cada meio segundo, mas eles pertenciam um ao outro, e isso bastava pra fazer sentido.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
50 minutes
Tirou a roupa e olhou dentro dos olhos da garota no espelho. Sabia que não estava fazendo a coisa certa, que não era como ela tinha planejado, mas nada que ela planejava dava certo, talvez fosse esse o problema. Ao som baixinho da música que tinha escolhido a alguns minutos no mp3 player, sentiu uma mão puxar seu cabelo para trás dos ombros, enquanto outra envolvia sua cintura. Olhou para o rosto do dono das mãos através do reflexo do espelho: ele parecia um tanto nervoso, fazendo com que ela tivesse certeza de que todas aquelas histórias que tinha ouvido sobre ele não passavam de boatos, também era sua primeira vez. Ela não o amava. Dizer que eram amigos já era forçar bastante, na verdade. Mas ele era perfeito para essa situação, discreto e não fazia o tipo sentimental.
Já podia sentir o remorso do dia seguinte... nem precisava ir tão longe, o remorso de alguns minutos depois. Sabia que se sentiria vazia, tão vazia quanto se sentia agora, mas ela tinha cansado de esperar o príncipe encantado. Quem afinal tinha inventado esses contos estúpidos afinal? Fazer com que garotas tivessem que descobrir a verdade decepcionante da pior maneira possível era muito cruel. E ela já tivera sua cota de verdade.
O cheiro de vodka e do perfume dele criavam uma marca permanente em sua memória. Será que não era melhor beber mais alguns goles? Não sabia se queria lembrar disso. Então porque estava fazendo aquilo..? Dane-se, a muito tempo tinha desistido de fazer sentido a si mesma.
Quanto tempo tinha se passado desde que chegara ali? Minutos, horas, séculos... Ela não fazia ideia. O Garoto parecia um pouco impaciente, então talvez fosse mais do que imaginara. Deu as costas a seu reflexo no espelho, ainda envolta naqueles braços, e beijou os lábios dele suavemente, com as mãos em sua nuca. Ouviu batimentos cardíacos altos, mas não sabia mais à qual dos dois corações elas pertenciam. Sentiu o estômago revirar, não de ansiedade, mas de arrependimento antecipado. Não era um problema, estava acostumada demais com aquela sensação.
Então era isso? .... Era.
Deixou as roupas e o pudor sobre a estante.
Viu a mão dele ir em direção ao interruptor, interceptou-a no meio do caminho, entrelaçou os dedos nos seus.
– Pode deixar acesa.
Já podia sentir o remorso do dia seguinte... nem precisava ir tão longe, o remorso de alguns minutos depois. Sabia que se sentiria vazia, tão vazia quanto se sentia agora, mas ela tinha cansado de esperar o príncipe encantado. Quem afinal tinha inventado esses contos estúpidos afinal? Fazer com que garotas tivessem que descobrir a verdade decepcionante da pior maneira possível era muito cruel. E ela já tivera sua cota de verdade.
O cheiro de vodka e do perfume dele criavam uma marca permanente em sua memória. Será que não era melhor beber mais alguns goles? Não sabia se queria lembrar disso. Então porque estava fazendo aquilo..? Dane-se, a muito tempo tinha desistido de fazer sentido a si mesma.
Quanto tempo tinha se passado desde que chegara ali? Minutos, horas, séculos... Ela não fazia ideia. O Garoto parecia um pouco impaciente, então talvez fosse mais do que imaginara. Deu as costas a seu reflexo no espelho, ainda envolta naqueles braços, e beijou os lábios dele suavemente, com as mãos em sua nuca. Ouviu batimentos cardíacos altos, mas não sabia mais à qual dos dois corações elas pertenciam. Sentiu o estômago revirar, não de ansiedade, mas de arrependimento antecipado. Não era um problema, estava acostumada demais com aquela sensação.
Então era isso? .... Era.
Deixou as roupas e o pudor sobre a estante.
Viu a mão dele ir em direção ao interruptor, interceptou-a no meio do caminho, entrelaçou os dedos nos seus.
– Pode deixar acesa.
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